sábado, 19 de junho de 2010

Covardia

"Amaranta, cuja dureza de coração a espantava, cuja concentrada amargura a amargava, foi revelada no último exame como a mulher mais terna que jamais pudesse ter existido e compreendeu, com uma penosa clarividência, que as injustas torturas a que submetera Pietro Crespi não eram ditadas por uma vontade de vingança, como todo mundo pensava, nem o lento martírio com que frustara a vida do Coronel Generido Márquez tinha sido determinada pelo fel ruim de sua amargura, como todo mundo pensava, mas sim que ambas as ações tinham sido uma luta de morte entre um amor sem medidas e uma covardia invencível, e triunfara, finalmente, o medo irracional que Amaranta sempre tivera de seu próprio e atormentado coração"

CEM ANOS DE SOLIDÃO
Gabriel Garcia Marquez

3 comentários:

Anônimo disse...

Que triste, lu!
Saudade de tu. E feliz pela atualização! Sou teu fã. Tu sabe!

Artur Malheiros disse...

Eu sei que o que é bom se dá pouco, mas atualiza...

Anônimo disse...

Não pensa em voltar? Abandonou apenas o blog ou toda escrita? Um belo retorno seria dizendo aos leitores o que se deu de lá para cá.